Em mensagem na AL-BA, Rui Costa critica “esvaziamento da democracia” no país


Durante a reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa (AL-BA), na tarde desta quinta-feira (1º), o governador Rui Costa (PT) dedicou parte de sua mensagem para criticar o desarranjo nacional das contas públicas e “esvaziamento da democracia”, que dificultam a nação a sair do cenário de crise.

Veja trecho do discurso na íntegra:

Mas os caminhos que o nosso governo trilhou e ainda trilha para enfrentar a crise que maltrata o Brasil foram mais complexos e penosos do que eu poderia esperar. O Brasil mudou muito nesses três anos. Vivenciamos vários retrocessos, quer sejam na política, na economia, quer sejam nos modos de convívio social, inclusive com a ampliação da intolerância. O esvaziamento da democracia e os entraves da economia bloquearam um projeto de desenvolvimento que pudesse ser concebido com responsabilidade e segurança. Com tudo isso, não se consegue retomar o ritmo de crescimento. O país desembocou em uma profunda e prolongada recessão, e os 4 estados da federação sentiram fortemente este impacto. Na estrutura social, a população brasileira sofre com o desemprego e a precarização das relações de trabalho.

Nós, os governadores do Nordeste, em nossas reuniões, independente da cor partidária, propomos mudanças de rumo para o país e defendemos a nossa união para enfrentar o acentuado processo de discriminação e de falta de prioridade política para com a Região. O refinanciamento das dívidas dos estados é apenas um pequeno exemplo: foi dado tratamento especial a São Paulo, que não podia mais se endividar, mas a União resolveu a questão, alargando a dívida do estado paulista e dificultando a vida dos estados nordestinos. Nós pagamos a conta, financiamos o estado de São Paulo e ainda nos impuseram a pecha de que somos sustentados pelo Bolsa Família.

Da minha parte, insisto, não admito que a Bahia seja desrespeitada ou ameaçada por ninguém. Os interesses dos baianos sempre irão nortear o meu trabalho. Não hesitaremos em promover a responsabilidade política e jurídica dos agentes públicos envolvidos, caso a ameaça se confirme. Vivemos em uma Federação, cláusula pétrea da Constituição, e não admitiremos atos arbitrários para extrair alinhamentos políticos, algo possível somente na vigência de regimes ditatoriais. Exigimos respeito!

Diante desse cenário crítico que nos desafia, precisamos construir uma saída conjunta, com a indispensável participação da população. Por isso, devemos buscar aquilo que nos une para que consigamos construir uma agenda comum de superação dessa crise que nos coloque, de novo, na rota do desenvolvimento. Eu espero que, na virada desse processo eleitoral, a classe política possa reverter essa situação. Não abrimos mão de eleições democráticas, com a plena representação das várias forças políticas e sociais do país, para 5 construir as bases de um poder legítimo e efetuar uma reforma política profunda, responsável e consistente, como todos almejamos.

 

 

*Por: Eliezer Santos e Luiz Fernando Lima / BNews





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